Pequenos comentários sobre 3 filmes de 3, 4, 5, 6 ou mais grandes mulheres – sem spoilers
#17
Artista: Candelaria Rivera
Recentemente, assisti os seguintes filmes: "A jovem e o mar" (Disney), o documentário da Celine Dion (Prime) e o documentário da Laura Pausini (Prime).
O que tenho a dizer é: se é difícil ser mulher num mundo machista, AF, que delícia que é, ao mesmo tempo acompanhar certas emoções e conquistas. É claro que digo isso aqui do meu castelo de privilegiadinha, de onde todo mundo que realmente me importa sempre me entusiasmou a fazer o que eu queria. Mas o que quero destacar aqui é substancialmente, que é muito bonito ver mulheres fazendo aquilo que querem.
Sem idealizações molengas, por favor, se vocês já ouviram falar na história da Celine Dion (não precisa sequer ter assistido ao documentário, mas assistam!) bem sabem o preço que ela está pagando por perder aquilo que é quase tudo para ela: a imensidão de sua voz. Celine é uma mulher fabulosa, uma cantora que tem sua vida orbitando em torno de uma voz que tem vida própria, é uma mulher que ama cantar e estar no palco mais do que tudo....e que, por conta de uma doença rara, precisou suspender seus shows. Sua voz não a obedece mais. Depois de perder seu grande amor, seu marido, que faleceu, ela está perdendo também a mobilidade da voz. É certo que a “síndrome da pessoa rígida” (doença da qual ela sofre) traz vários problemas à Celine, e para as pessoas que não cantam, provavelmente há problemas muito piores do que não poder cantar. Mas para Celine Dion, dona de uma das vozes mais incríveis desse mundo, perder o domínio sobre sua voz é mais do que perder o domínio sobre si mesma, é ver titubear o fio que a enlaça à vida.
Enquanto isso, Laura Pausini, jovem prodígio saudável, também fala, em seu documentário-filme, da perda da vida que ela não teve para ter a vida que tem. Divide conosco, ainda, o ganho imenso que é poder perder de vez em quando, mesmo ganhando tanto, em especial, sobre quando sua filha a vê perdendo. Com isso, demonstra sua grandeza enquanto mãe: uma mãe que tem inscrito em seu corpo o compromisso de transmitir uma falta à filha, ao mesmo tempo em que não renuncia ao seu desejo enquanto mulher.
Já em “A jovem e o mar”, encontramos uma mãe que enfrenta o que for preciso para abrir caminhos para suas filhas, ao mesmo tempo que encontra e acolhe seus próprios limites. E encontramos uma nadadora que se faz lançar no risco de não sobreviver para realizar seu sonho, mas não se lança nessa sem pedir e conseguir ajuda e apoio de seus amores.
O que me fica desses 3 filmes é: que não peçamos licença para alçarmos os voos que precisamos fazer, mas que saibamos pedir e receber ajuda, apoio, companhia.
Se a gente mira no amor e acerta na solidão, não é porque a solidão seja ruim ou um mal necessário (apenas), mas também porque é a solidão que nos conduz ao chamado que a vida nos faz.
Para quem está esperando a abertura das inscrições do Clube de Palavras, antecipo que esse não é um “easter egg”, ou seja, nenhum desses filmes estará na nossa próxima edição (se bem que poderiam). Me explico com relação à demora do início do novo ciclo:
1) Já disse para vocês na última news que um dos meus grandes objetivos na vida é não me tornar uma desisteligência artificial, então estou tentando ir com calma no que dá para ir com calma.
2) Eu recebi um dos convites mais lindos da minha vida: dar um curso online no museu de Freud! E o tamanho da responsabilidade é indizível, então isso também deu uma abalada na segunda edição, pois estarei no museu do Freud, gente, ainda que virtualmente – e preciso fazer jus à imensidão dessa lindeza. Logo mais quero escrever sobre o meu espanto, aliás. Mas olha, as inscrições estão abertas aqui:
(Será em outubro e em português).
As inscrições pro Clube devem abrir daqui a umas duas semanas 😉, sigam de olho nas newsletter.
Para quem estará na Bienal do Livro em São Paulo: estarei lá no stand da editora Planeta dia 7 de setembro. Quem quiser autógrafo basta comprar um livro meu lá 😉
Para a galera de Salvador: dia 14 de setembro estarei na Livraria LDM do Shopping Vitoria Boulevard, às 15h, para bate-papo e autógrafos. É só chegar <3
Amei a análise sobre as três mulheres.
Gente, no Museu de Freud...que chique!!! E merecido. Parabéns por mais esta conquista. E sigo daqui lendo as news e aguardando o Clube. 😍💜😘