Ana, eu gosto muito do que você escreve e é uma alegria agora te ler no meu email. Às vezes textos são como esses bolsinhos secretos da mochila. A gente encontra neles algo que estava procurando, mas que, de alguma forma, a gente já carregava com a gente, de um lado para o outro, sem saber.
Além de perder objetinhos eu tenho dificuldades enormes de encontrar coisas, mesmo que não estejam perdidos. Quero um colírio, um cortador de unhas ou uma tesoura. Procuro, procuro e não acho. O que, no final das contas, colocá-los todos no grupo dos objetos perdidos. Se não achei, está perdido. Mas são, de algum modo, de categorias diferentes. Ou não. Ainda não sei bem.
Agora, o que me chamou muito a atenção no seu texto é, talvez, uma terceira categoria. A de objetos perdidos, mas que estavam no lugar certo. O que me faz pensar, se, nesse caso, perdido estavam os objetos ou eu?
Inevitavelmente lembrei de Clarice:
"Quando eu não sei onde guardei um papel importante e a procura revela-se inútil, pergunto-me: se eu fosse eu e tivesse um papel importante para guardar, que lugar escolheria? Às vezes dá certo. Mas muitas vezes fico tão pressionada pela frase "se eu fosse eu", que a procura do papel se torna secundária, e começo a pensar, diria melhor sentir."
Eu fiquei lendo e rindo e, igual a moça Ana angustiada, comecei imaginariamente a procurar as coisas hahaha! Até visualizei imaginariamente o bolsinho escondido…
Talvez o livre arbítrio não seja sobre estar jogada neste planeta à própria sorte. Talvez o livre arbítrio seja sobre escolher o que fazer com aquilo que não posso controlar. <3
Ana, eu gosto muito do que você escreve e é uma alegria agora te ler no meu email. Às vezes textos são como esses bolsinhos secretos da mochila. A gente encontra neles algo que estava procurando, mas que, de alguma forma, a gente já carregava com a gente, de um lado para o outro, sem saber.
Além de perder objetinhos eu tenho dificuldades enormes de encontrar coisas, mesmo que não estejam perdidos. Quero um colírio, um cortador de unhas ou uma tesoura. Procuro, procuro e não acho. O que, no final das contas, colocá-los todos no grupo dos objetos perdidos. Se não achei, está perdido. Mas são, de algum modo, de categorias diferentes. Ou não. Ainda não sei bem.
Agora, o que me chamou muito a atenção no seu texto é, talvez, uma terceira categoria. A de objetos perdidos, mas que estavam no lugar certo. O que me faz pensar, se, nesse caso, perdido estavam os objetos ou eu?
Inevitavelmente lembrei de Clarice:
"Quando eu não sei onde guardei um papel importante e a procura revela-se inútil, pergunto-me: se eu fosse eu e tivesse um papel importante para guardar, que lugar escolheria? Às vezes dá certo. Mas muitas vezes fico tão pressionada pela frase "se eu fosse eu", que a procura do papel se torna secundária, e começo a pensar, diria melhor sentir."
Contemplada por esse texto haha
Eu fiquei lendo e rindo e, igual a moça Ana angustiada, comecei imaginariamente a procurar as coisas hahaha! Até visualizei imaginariamente o bolsinho escondido…
Talvez o livre arbítrio não seja sobre estar jogada neste planeta à própria sorte. Talvez o livre arbítrio seja sobre escolher o que fazer com aquilo que não posso controlar. <3
Ana, que alegria chegar até aqui e me deparar com esse lindo texto. ❤️