em algum momento dessa semana, entrei na nóia de que a minha inteligência é artificial. não necessariamente artificial como a do chatgpt ou semelhantes, como o deepseek (embora eu use bastante durante a semana, tanto no trabalho quanto em questões ou dúvidas pessoais), mas falo mesmo sobre achar que a minha inteligência tem se limitado ao superficial. perco muitas palavras da mente, os adjetivos, os verbos, os significados. acho que parte disso é porque sou geração z, sou distraída e uso muito as redes sociais. tenho tentado fazer com que isso deixe de me impedir de acessar minha inteligência humana, e ando tentando me aprofundar nos meus temas de interesse. é a minha tentativa de não me perder nesse mundão.
Uso bastante a inteligência artificial. Uso principalmente a procura tradicional do Google para obter resultados da IA para perguntas profissionais ou educacionais corriqueiras e acho bem útil. Também usei muito para corrigir textos e fazer pesquisa. Me baseei muito nas respostas da IA para começar a escrever. Nesse sentido, creio que tenha absorvido muito dessas tecnologias para escrever e para ter a coragem de escrever e me comunicar, mas, ainda assim, encontrei minha originalidade com esse processo. Não me considero, por isso, uma inteligência artificial, até porque, antes da IA, as pessoas costumavam se comparar umas com as outras e isso dificultava a busca por uma voz própria.
O futuro, no entanto, é incerto, porque a IA ainda deve evoluir MUITO em qualidade e capacidade, e ainda temos que ver as consequências dessa mudança. Tud9 pode acontecer, inclusive nada.
Nossa... nem sei dizer qual parte me chamou mais a atenção: se é o fato de a sociedade estar ficando cada vez mais artificial; se é a preguiça de pensar - que, inclusive, estou escrevendo sobre isso; ou se é escrever por amor à escrita e nem sempre gostar do que se escreve.
Algo que tem me afligido ultimamente: quando foi que gostar de pensar se tornou a exceção e não a norma? Quando foi que o mínimo virou o máximo? Pensar profundamente cansa, mas é o que faz de mim ser... eu.
Nossa, ainda hoje eu estava compartilhando com uma amiga o meu choque quando me deparei com uma pessoa apresentando uma IA para ajudar as pessoas a ter conversas difíceis. Eu me sinto muito triste quando vejo isso porque fico imaginando que as pessoas não querem se dar ao trabalho de pensar, de minimamente sustentar os seus desconfortos e deixá-los guiar na busca por caminhos e possibilidades de resolver seus conflitos - coisas tão naturais e humanas!
Ana, você acha que o estudo de psicanálise costuma deixar as pessoas um pouco robóticas, repetindo as mesmas palavras e conceitos? Percebo que Lacan tentou evitar que seu ensino virasse discurso do mestre. Mas sempre vejo psicanalistas repetindo as mesmas frases de efeito, além de um jeito de escrever que parece que fica só no “Nos atravessa, nos convoca, a angustia nao é sem objeto, é preciso sustentar tramas de cuidado, etc”. Entendo que isso possa estar, faz parte, é até bonito, mas é chatão quando fica só nisso. Eu curto tuas coisas pq além de nao ter IA, nao fica nesse lacanês chato pra caramba. Ah, e respondendo sua pergunta nao escrevo com IA e por sorte escrevo e publico muito antes de o chat existir!
Meu sentimento é que o conteúdo no geral está cada vez mais pasteurizado. Até a imprensa tradicional está produzindo textos mais curtos. A rotina se move na velocidade 2x e deixamos a autenticidade de lado em prol da produtividade.
Minha "nóia" é me tornar algo inferior a uma inteligência artificial. Nem um pensamento original se passando pela minha cabeça, e os pensamentos sendo copiados apenas das piores fontes.
olha tá difícil! no trabalho tenho sentido que os emails, apresentações, feedbacks, tudo powered by AI não tem vida, tudo muito genérico que não responde ao objetivo. confesso que tenho começado a realmente ficar assustada com essa comunicação sem alma.
As vezes é solitário escrever e querer compartilhar e não ter ninguém para mostrar… pergunto pra ele o que ele acha. Não acho bonito ser feio, mas é o que acontece
O texto da Ana alugou um triplex na minha cabeça. Nos últimos tempos tenho sentido uma grande dependência da IA - já me peguei pedindo para o Chat escrever e-mails por mim. Reconheço que o meu maior problema (talvez o de todos nós) está em minha insegurança, instalada em mim desde muito pequena e cada vez mais fortalecida nestes novos tempos: a IA escreve textos rasos, mas minha cabeça me faz acreditar que mesmo assim eles são melhores dos que eu mesma posso produzir. O cansaço é também onde a IA me pega. Como professora, acabo utilizando este mecanismo para correções, por exemplo - com muitas turmas e pouco tempo de planejamento, como poderia ser diferente? Enfim, o medo de me tornar uma inteligência artificial faz-se cada vez mais presente. Minha tentativa para fugir dessa realidade é diária, mas ainda me vejo bastante enfraquecida neste movimento.
Acho difícil escaparmos da catástrofe das imitações, das repetições baratas, dos jogos de linguagem bem elaborados. Mas realmente acho que isso não fala nada sobre as máquinas, infelizmente, porque acredito que de alguma forma a máquina apenas potencializou algo que já estava lá em nós, esperando para virar uma bomba nuclear. O cansaço, a fadiga, ir do hiperfoco e a nenhum foco, ou à apatia. O desequilíbrio estava por toda a parte, parece que a IA quando chegou para ficar encontrou o ambiente perfeito para deturpar uma mente que já estava deturpada. Não acha?
Me cansa um pouco esse ataque contínuo à tecnologia, ela em si não causa nenhum mal, sabe? Acho que realmente falta o ser humano olhar para o problema real, que é nós mesmos: dar atenção a si e ao outro. Mas parece que poucos querem tomar tempo real para isso ou para o que realmente importa.
Isso era algo que me tornava dependente do chat gpt: não me sentir segura o suficiente para escrever. A inteligência artificial acaba facilitando tanto as etapas que acabamos atrofiando nossa capacidade de pensar por nós mesmos. Nossa escrita é mais orgânica e reflete quem somos e como nos enxergamos, essa é essência que dá alma ao nosso texto, e chat gpt nenhum conseguirá reproduzir.
Ana, gostei muito dessa reflexão, principalmente quando você fala sobre escrever como uma causa, não como uma busca por reconhecimento; e sobre não nos "tornarmos" uma inteligência artificial. O ponto: artificial... isso é o que pega. Não é nem a linguagem, sabe? O modo de falar... os travessões, os cruciais, rsrs. É o tratamento artificial com que podemos tratar os assuntos, principalmente os nossos, os mais pessoais, inclusive. Amei.
em algum momento dessa semana, entrei na nóia de que a minha inteligência é artificial. não necessariamente artificial como a do chatgpt ou semelhantes, como o deepseek (embora eu use bastante durante a semana, tanto no trabalho quanto em questões ou dúvidas pessoais), mas falo mesmo sobre achar que a minha inteligência tem se limitado ao superficial. perco muitas palavras da mente, os adjetivos, os verbos, os significados. acho que parte disso é porque sou geração z, sou distraída e uso muito as redes sociais. tenho tentado fazer com que isso deixe de me impedir de acessar minha inteligência humana, e ando tentando me aprofundar nos meus temas de interesse. é a minha tentativa de não me perder nesse mundão.
Uso bastante a inteligência artificial. Uso principalmente a procura tradicional do Google para obter resultados da IA para perguntas profissionais ou educacionais corriqueiras e acho bem útil. Também usei muito para corrigir textos e fazer pesquisa. Me baseei muito nas respostas da IA para começar a escrever. Nesse sentido, creio que tenha absorvido muito dessas tecnologias para escrever e para ter a coragem de escrever e me comunicar, mas, ainda assim, encontrei minha originalidade com esse processo. Não me considero, por isso, uma inteligência artificial, até porque, antes da IA, as pessoas costumavam se comparar umas com as outras e isso dificultava a busca por uma voz própria.
O futuro, no entanto, é incerto, porque a IA ainda deve evoluir MUITO em qualidade e capacidade, e ainda temos que ver as consequências dessa mudança. Tud9 pode acontecer, inclusive nada.
Nossa... nem sei dizer qual parte me chamou mais a atenção: se é o fato de a sociedade estar ficando cada vez mais artificial; se é a preguiça de pensar - que, inclusive, estou escrevendo sobre isso; ou se é escrever por amor à escrita e nem sempre gostar do que se escreve.
Algo que tem me afligido ultimamente: quando foi que gostar de pensar se tornou a exceção e não a norma? Quando foi que o mínimo virou o máximo? Pensar profundamente cansa, mas é o que faz de mim ser... eu.
Nossa, ainda hoje eu estava compartilhando com uma amiga o meu choque quando me deparei com uma pessoa apresentando uma IA para ajudar as pessoas a ter conversas difíceis. Eu me sinto muito triste quando vejo isso porque fico imaginando que as pessoas não querem se dar ao trabalho de pensar, de minimamente sustentar os seus desconfortos e deixá-los guiar na busca por caminhos e possibilidades de resolver seus conflitos - coisas tão naturais e humanas!
Ana, você acha que o estudo de psicanálise costuma deixar as pessoas um pouco robóticas, repetindo as mesmas palavras e conceitos? Percebo que Lacan tentou evitar que seu ensino virasse discurso do mestre. Mas sempre vejo psicanalistas repetindo as mesmas frases de efeito, além de um jeito de escrever que parece que fica só no “Nos atravessa, nos convoca, a angustia nao é sem objeto, é preciso sustentar tramas de cuidado, etc”. Entendo que isso possa estar, faz parte, é até bonito, mas é chatão quando fica só nisso. Eu curto tuas coisas pq além de nao ter IA, nao fica nesse lacanês chato pra caramba. Ah, e respondendo sua pergunta nao escrevo com IA e por sorte escrevo e publico muito antes de o chat existir!
Meu sentimento é que o conteúdo no geral está cada vez mais pasteurizado. Até a imprensa tradicional está produzindo textos mais curtos. A rotina se move na velocidade 2x e deixamos a autenticidade de lado em prol da produtividade.
Minha "nóia" é me tornar algo inferior a uma inteligência artificial. Nem um pensamento original se passando pela minha cabeça, e os pensamentos sendo copiados apenas das piores fontes.
Cada dia mais “aqui”.
Eu parei de usar o gpt pq a geminni eh feminina 🏴☠️💞
olha tá difícil! no trabalho tenho sentido que os emails, apresentações, feedbacks, tudo powered by AI não tem vida, tudo muito genérico que não responde ao objetivo. confesso que tenho começado a realmente ficar assustada com essa comunicação sem alma.
As vezes é solitário escrever e querer compartilhar e não ter ninguém para mostrar… pergunto pra ele o que ele acha. Não acho bonito ser feio, mas é o que acontece
O texto da Ana alugou um triplex na minha cabeça. Nos últimos tempos tenho sentido uma grande dependência da IA - já me peguei pedindo para o Chat escrever e-mails por mim. Reconheço que o meu maior problema (talvez o de todos nós) está em minha insegurança, instalada em mim desde muito pequena e cada vez mais fortalecida nestes novos tempos: a IA escreve textos rasos, mas minha cabeça me faz acreditar que mesmo assim eles são melhores dos que eu mesma posso produzir. O cansaço é também onde a IA me pega. Como professora, acabo utilizando este mecanismo para correções, por exemplo - com muitas turmas e pouco tempo de planejamento, como poderia ser diferente? Enfim, o medo de me tornar uma inteligência artificial faz-se cada vez mais presente. Minha tentativa para fugir dessa realidade é diária, mas ainda me vejo bastante enfraquecida neste movimento.
Acho que nem me sinto boa o suficiente para avaliar nada que sai de mim, sinto que tudo que faço precisa da validação do Chat.
Acho difícil escaparmos da catástrofe das imitações, das repetições baratas, dos jogos de linguagem bem elaborados. Mas realmente acho que isso não fala nada sobre as máquinas, infelizmente, porque acredito que de alguma forma a máquina apenas potencializou algo que já estava lá em nós, esperando para virar uma bomba nuclear. O cansaço, a fadiga, ir do hiperfoco e a nenhum foco, ou à apatia. O desequilíbrio estava por toda a parte, parece que a IA quando chegou para ficar encontrou o ambiente perfeito para deturpar uma mente que já estava deturpada. Não acha?
Me cansa um pouco esse ataque contínuo à tecnologia, ela em si não causa nenhum mal, sabe? Acho que realmente falta o ser humano olhar para o problema real, que é nós mesmos: dar atenção a si e ao outro. Mas parece que poucos querem tomar tempo real para isso ou para o que realmente importa.
Isso era algo que me tornava dependente do chat gpt: não me sentir segura o suficiente para escrever. A inteligência artificial acaba facilitando tanto as etapas que acabamos atrofiando nossa capacidade de pensar por nós mesmos. Nossa escrita é mais orgânica e reflete quem somos e como nos enxergamos, essa é essência que dá alma ao nosso texto, e chat gpt nenhum conseguirá reproduzir.
Ana, gostei muito dessa reflexão, principalmente quando você fala sobre escrever como uma causa, não como uma busca por reconhecimento; e sobre não nos "tornarmos" uma inteligência artificial. O ponto: artificial... isso é o que pega. Não é nem a linguagem, sabe? O modo de falar... os travessões, os cruciais, rsrs. É o tratamento artificial com que podemos tratar os assuntos, principalmente os nossos, os mais pessoais, inclusive. Amei.